domingo, 17 de junho de 2007

Quão interativo é o hipertexto? Da interface potencial à escrita coletiva

Grupo 1

Texto 2 – Quão interativo é o hipertexto? Da interface potencial à escrita coletiva – Autor: Alex Primo


O texto discute as formas de interatividade, através do uso das ferramentas tecnológicas disponíveis, em especial, com a utilização do hipertexto.
O ICQ, o e-mail, os fóruns, as listas de discussões e os chats, surgem como instrumentos facilitadores que permitem o livre debate e a cooperação entre os participantes
Thompson (1988) enfatizava a questão dialógica nos meios tradicionais de comunicação, a partir de uma discussão da interação face-a-face e o contraste com a as interações mediadas e as quase mediadas. Numa interação face-a-face há o cotato direto entre os interlocutores em um espaço temporal comum, enquanto que na interação mediada, existe um agente orientador e mediador que limita as diretrizes das discussões. Em ambos os casos, a interação é dialógica, apesar de que na face-a-face, os interlocutores são geralmente obrigados a levar em consideração as respostas alheias e a modificar suas ações e expressões.
Na perspectiva de um debate sobre interação, o autor questiona o termo “usuário”, caracterizando-o como reflexo da miopia tecnicista, uma vez que transmite a idéia de quem, simplesmente, faz uso do que está pronto e lhe é oferecido para manipulação. A partir dessa visão, o designer de informação, Edward Tufte, citado por Gould (1995), dispara que existem apenas duas indústrias que dominam seu público como “usuários”: a que vende tecnologia e a que vende drogas! Entretanto, o autor também condena o termo “receptor” por expressar a idéia de alguém sentado em sua poltrona assistindo uma emissora de televisão, sem qualquer tipo de interação.
Ao entrar na discussão sobre a interface potencial ao hipertexto colaborativo e cooperativo, o autor assume um papel questionador acerca das possibilidades que estrutura da rede hipertextual oferece ao internauta. Afirma que “toda leitura é também uma intervenção particular, alicerçada em uma cadeia mental, também hipertextual”. Nesse contexto, potencial é, pelo autor, definido como o caminho e movimento possíveis, pré-definidos, que não abrem espaço para o interagente visitante incluir seus textos e imagens. Observa-se a importância da seqüência programada na interface potencial. Dessa forma, existem duas redes hipertextuais a serem consideradas: o browser, cuja tecnologia utilizada garante uma estrutura determinística e o visitante do site, o qual articula conhecimentos, lembranças e esquema mentais, criando interpretações do texto a cada leitura.
Deve haver o devido cuidado no que concerne à elaboração do projeto de navegabilidade do site ara a construção de uma história hipertextual.
Nos diversos tipos de sites disponíveis, existem vários processos de interação. O autor menciona alguns sites, distinguindo-os quanto à forma e a intensidade de interação. Quando os visitantes cadastrados em um site artístico podem modificar as imagens produzidas anteriormente por outros, podemos afirmar que se trata de um hipertexto colaborativo, pois constitui-se de uma colagem, sem discussões durante o processo criativo.
Nietzke et al (2002;2000) entende que a colaboração volta-se mais para a organização e gerenciamento de informações do que a construção conjunta de algo.
Lenara Verle (2000) identifica três níveis de interatividade, com relação à intensidade nos sites artísticos:
a) “jogar” o conteúdo do site e suas variadas formas de navegação. Trata-se de um nível baixo de interatividade, onde persiste a grande distância entre o espectador e o artista.
b) O “collab mode”. O internauta é convidado a ser uma dos participantes do projeto. Média interatividade.
c) O internauta participa do desenvolvimento conceitual do projeto. Nível de interatividade mais alto, onde as idéias são sugeridas e discutidas nos fóruns ou outros mecanismos de mesma natureza.

Apesar da relevância da interatividade, poucos são os hipertextos digitais construídos através da cooperação, incluindo-se os blogs.
O equitext, software desenvolvido por alunos de doutorado da UFRGS, utiliza ferramentas como fórum, chat e ICQ, as quais contribuem para o planejamento e revisões do texto em progresso.
O autor conclui ressaltando a necessidade da continuação da discussão sobre a intensidade da interação mútua e dialogal nas relações entre o homem e o mundo digital.

Um comentário:

Rumenig Pires disse...

Muito bom, me ajudou cara ;) não precisei ler o artigo todo..