sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A “Velhinha de Taubaté” em Pernambuco

Sérgio Gaudêncio Portela de Melo

Voltemos dez anos de nossas vidas e avaliemos as expectativas que tínhamos a respeito do desenvolvimento econômico e social do Brasil e, em especial, de Pernambuco.
Diriam os mais conservadores e pessimistas que nossos filhos encontrariam um cenário lúgubre e decadente. Um cenário de miséria, violência e desemprego.
Os mais otimistas, “as Velhinhas de Taubaté” (em referência à personagem sempre sonhadora por um país melhor criada pelo mestre Luiz Fernando Veríssimo nos idos da ditadura militar), diriam que o Brasil seria o país do futuro que tudo mudaria para melhor.
Pernambuco, em 2010, apresentou um crescimento do PIB de 15,78%, mais que o dobro da média de crescimento nacional do mesmo ano, que ficou em 7,5%. Ao mesmo tempo, a taxa média de desemprego na Região Metropolitana do Recife se manteve em declínio nesses seis últimos anos, passando de 19,2%, em 2009, para 16,2%, em 2010. Os indicadores educacionais apontam um quadro de melhoras no IDEB e uma redução na taxa de analfabetismo. Os índices de violência caem a cada mês, apesar de, ainda, assustadores.
Enfim, o que hoje presenciamos muitos não poderiam prever há dez anos.
Esse novo cenário vem sendo gerado pelos constantes investimentos, principalmente (mas não somente), em Suape. Obras gigantescas como a Transnordestina e a transposição do Rio São Francisco completam a monumental paisagem do nosso futuro.
A cada dia novas indústrias vêm aqui se hospedar. Geram empregos, melhoram a qualidade de vida da nossa população reescrevem a nossa história.
Fala-se muito na falta de mão de obra qualificada para atender às imensas demandas vindas do grande número de empreendimentos industriais que em nosso estado se instalam.
A escassez dessa mão de obra não é fruto da insuficiência quantitativa ou de ações qualitativas das instituições de formação profissional no estado. É conseqüência da velocidade com que novos empreendimentos aqui chegam e da diversidade dos perfis profissionais necessários às indústrias com características inéditas para Pernambuco (Refinaria, estaleiros e montadoras de automóveis).
O SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o IFPE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco) trazem, nas suas longas histórias de serviços prestados à sociedade, capítulos de inquestionável sucesso. Entretanto, tudo aconteceu e vem acontecendo num ímpeto imprevisível e inesperado. Apesar disso, o crescimento e o empenho dessas instituições são notáveis. A elas unem-se as 60 escolas técnicas estaduais previstas para até 2014, entre as quais 16 já se encontram em funcionamento. A visionária atuação do Governo do Estado, além da construção de novas escolas técnicas, consolida-se com a criação da Secretaria do Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo, cuja principal missão é estruturar e organizar todo o processo de oferta x demanda de capacitação, qualificação e formação profissional no estado.
O Governo Federal anunciou a construção de mais 7 novos campi do IFPE.
O SENAI-PE prevê investimentos de expansão na ordem de R$ 100 milhões com a construção de, pelo menos, três novas escolas e ampliação de outras três.
O PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego), criado em Lei sancionada na semana passada pela Presidenta Dilma Roussef, prevê a capacitação de 8 milhões de pessoas no Brasil até 2014. O programa garante o acesso gratuito (financiado pelo Governo Federal) às escolas da rede federal, do SENAI e do SENAC com o atendimento aos alunos do ensino médio (até o segundo ano) da escolas estaduais e ao público do Bolsa Família e beneficiários do Seguro Desemprego.
De 2011
Foi-se, portanto, o tempo do isolamento e da acomodação.
Todos devemos estar unidos para prover o nosso estado das condições necessárias ao seu desenvolvimento sustentável.
Não há mais volta!!
Em breve ocuparemos novamente o espaço que infelizmente perdemos no pódio dos mais importantes e desenvolvidos estados no nosso país (que também se impõe perante o mundo).
Deixemos renascer a “Velhinha de Taubaté” que existe em nós, afinal foi ela que nos permitiu acreditar que um dia conseguiríamos.