quarta-feira, 3 de abril de 2013


MERCADO DE TRABALHO

Formação técnica aumenta renda dos trabalhadores em até 24%

Pesquisa do Senai mostrou que 72% de seus ex-alunos conseguem emprego no primeiro ano após a formatura, recebendo salários maiores que os anteriores

Publicado em 26/03/2013, às 11h53

Do JC Online

73% dos ex-alunos do Senai conseguem emprego na sua área de formação / Foto: Hélia Scheppa / JC Imagem

73% dos ex-alunos do Senai conseguem emprego na sua área de formação

Foto: Hélia Scheppa / JC Imagem

Trabalhadores com formação técnica entram no mercado de trabalho com rapidez e têm sua renda ampliada após a conclusão dos cursos profissionalizantes. A conclusão é de pesquisa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) divulgada nesta semana. Os dados mostram que 72% dos estudantes são contratados no primeiro ano depois da formatura e aumentam seu salário em até 24%.
Entre 2010 e 2012, o Senai acompanhou a inserção no mercado de trabalho de cerca de 20 mil ex-alunos. O objetivo era analisar os impactos da educação profissional na empregabilidade dos estudantes, para atender cada vez mais às exigências do mercado de trabalho. “Os resultados reforçam a ideia de que o ensino técnico pode sim ser uma escolha para os jovens brasileiros”, afirma o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi.
Além de mostrar que o rendimento dos trabalhadores com formação técnica é maior que a de profissionais sem qualificação, a pesquisa apontou que os ex-estudantes técnicos não têm dificuldade em encontrar trabalho. A maior parte deles, 72%, consegue emprego logo no primeiro ano após a formatura. Desses, 73% atuam na sua área de formação.
Esses profissionais têm renda 19% maior que os trabalhadores de outras áreas, o que representa acréscimo de 24% em relação aos salários anteriores à formação. Durante a pesquisa, constatou-se que os trabalhadores quailificados recebem cerca de 2,6 salários mínimos por mês - o equivalente a R$ 1,6 mil na época do estudo e R$ 1.762,80 atualmente. Além disso, 42% dos gestores dos trabalhadores com formação técnica disseram que consideram esses profissionais superiores aos demais empregados.
"A educação técnica é uma chance de entrar no mercado de trabalho de forma qualificada, em uma carreira promissora e estável, sem que isso signifique um caminho que exclui a universidade”, diz Rafael Lucchesi. Ele ressaltou que os jovens brasileiros não limitam sua formação aos cursos técnicos. Cerca de 42% dos ex-alunos do Senai estavam estudando no ano seguinte à conclusão da qualificação.

Instituições privadas farão parte do Pronatec e do Fies Técnico

Publicado em 26.03.2013, às 21h3

Instituições privadas de ensino superior e escolas privadas de educação tecnológica deverão integrar o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) Técnico a partir do segundo semestre deste ano, disse nesta terça-feira (26)  o secretário de Educação Tecnológica do Ministério da Educação (MEC), Marco Antonio de Oliveira, em audiência pública da Comissão Especial de Reformulação do Ensino Médio, na Câmara dos Deputados.

Outra mudança, no que diz respeito ao ensino técnico, será a reformulação da Educação de Jovens e Adultos (EJA), também a partir do segundo semestre. A carga de ensino técnico será enfatizada e haverá uma melhor articulação da área com os demais conteúdos.

Segundo Oliveira, o Brasil tem 22,5 milhões de jovens entre 18 e 24 anos. Desses, 7,6 milhões, cerca de um terço, concluíram o ensino médio e não ingressaram em nenhum outro sistema de ensino, superior ou de formação técnica. Com a entrada das escolas privadas, explica, “esperamos ampliar a oferta de vagas no ensino técnico de nível médio”. Poderão participar instituições privadas de ensino superior com avaliação positiva exigida pelo MEC e escolas técnicas privadas que forem bem avaliadas pela rede federal, que será responsável por verificar o cumprimento das exigências para a oferta de cursos.

Atualmente, é ofertado o ensino integrado, que alia ensino médio com ensino profissionalizante, e o chamado ensino concomitante, que possibilita aos jovens que estudam na escola pública que façam  cursos profissionalizantes no contraturno. Com as privadas, afirma o secretário, “será possível ofertar mais vagas para o subsequente: curso técnico de 800 a 1.400 horas de duração para quem já deixou o ensino médio”.

A oferta de cursos técnicos, segundo estima o MEC, deve influenciar também as matrículas do Educação de Jovens e Adultos (EJA) . O número de matrículas caiu de 1,6 milhões em 2007 para 1,3 milhões em 2012 no ensino médio. Segundo o secretário, tratam-se de estudantes com histórico de fracasso escolar. Uma solução seria “estreitar a relação entre a educação de jovens e adultos e ensino profissional, de forma simultânea”. 

“Estamos falando de um jovem trabalhador que não concluiu o ensino médio, mas que está inserido no mercado. Ele vai poder ingressar no EJA, fazer a avaliação do conhecimento profissional que ele tem - e isso é considerado crédito na formação dele - e fazer também a parte complementar de educação básica valorizando conteúdos fundamentais como matemática, português e conhecimentos gerais, sempre associando esses conteúdos com a formação profissional”.

De acordo com o Censo da Educação Básica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2012, foram 1,4 milhões de matrículas em cursos técnicos no país. Somente pelo Pronatec, foram 502,9 mil. A meta para o programa é um total de 2,4 milhões de matrículas de 2011 a 2014 em cursos técnicos. O Pronatec prevê a oferta de cursos de formação inicial e continuada, que somadas ao ensino técnico, chegam a uma meta de 7,9 milhões de matrículas de 2011 a 2014.

Fonte: Agência Brasil