sexta-feira, 29 de junho de 2007

Desafios da Televisão e do Vídeo à Escola

José Manuel Moran

O professor Moran acredita que os educadores estão deslumbrados com o computador e a internet e deixando de lado a televisão e o vídeo. A televisão, o cinema e o vídeo desempenham um papel educacional relevante. Mostram-nos modelos de comportamento, ensinam-nos linguagens coloquiais e multimídia e privilegiam alguns valores em detrimento de outros.
A informação e a forma de ver o mundo no Brasil provêm fundamentalmente da televisão. A TV alimenta e atualiza o universo sensorial, afetivo e ético que crianças e jovens e boa parte dos adultos levam para a sala de aula.
A TV fala da vida, do presente, dos problemas afetivos. A escola é muito distante e intelectualizada. Nós, como educadores e telespectadores, sentimos na pele a esquizofrenia das visões contraditórias de mundo e das narrativas tão diferentes dos meios de comunicação e da escola.
Os meios de comunicação hiper-exploram nossas emoções, fantasias, desejos, medos e aperfeiçoam continuamente estratégias e fórmulas de sedução e de dependência.
Os educadores costumam contrapor a diferença de funções e da missão da televisão e da escola. A TV entretém e a escola educa. Nós, educadores, fazemos pequenas adaptações, damos um verniz de modernidade nas nossas aulas, mas continuamos prendendo os alunos pela força e mantemos confinados em espaços barulhentos, sufocantes e fazendo atividades pouco atraentes.
Como a televisão se comunica?
Os meios de comunicação desenvolvem formas sofisticadas multidimensionais de comunicação sensorial, emocional e racional. A TV fala primeiro do “sentimento”: o que você sentiu, não o que conheceu, as idéias estão embutidas na roupagem sensorial, intuitiva e afetiva.
A televisão e o vídeo partem do concreto, do visível, do imediato, próximo, que tocam todos os sentidos. A eficácia de comunicação dos meios eletrônicos, em particular da televisão, se deve também à capacidade de articulação, de superposição e de combinação de linguagens diferentes. Num olhar distante tudo aprece igual, tudo se repete, tudo se copia. Ao olhar mais de perto, por trás de fórmula conhecida, há variantes adaptadoras e diferenciadoras.
A força da linguagem audiovisual está em que consegue dizer muito mais do que captamos, encontra dentro de nós uma repercussão em imagens básicas, centrais, simbólicas, arquetípicas com as quais nos identificamos ou que se relacionam conosco de alguma forma. Televisão e vídeo combinam a dimensão espacial com a sinestésica, ritmos rápidos e lentos, narrativas de impacto e de relaxamento. Combinam a comunicação sensorial com a audiovisual, a intuição com a lógica, a emoção com a razão. A televisão estabelece uma conexão aparentemente lógica entre mostrar e demonstrar. Uma situação isolada converte-se em situação paradigmática, padrão universal.
Estratégias de utilização da TV e do vídeo
A televisão e a internet não são somente tecnologias de apoio às aulas, são mídias, meios de comunicação. Podemos incentivar os alunos a filmarem, apresentarem pesquisas em vídeo, em CD, em páginas na web. Pode-se analisar essas produções e inserir uma discussão teórica.
A escola precisa observar o que está acontecendo nos meios de comunicação, discutir com os alunos e perceber, conjuntamente, os aspectos positivos e negativos das abordagens sobre cada assunto.
A televisão, o cinema, a internet e demais tecnologias nos auxiliam a educar com desafios. O presencial se torna mais virtual e a educação a distância se torna mais presencial. Os modelos de educação tradicional não nos servem mais. Podemos começar por formas de utilização das novas tecnologias mais simples e assumindo atividades mais complexas. Vale a pena pesquisar novos caminhos de integração do humano e do tecnológico, do sensorial, emocional, racional e ético, do presencial e do virtual; de integração da escola, do trabalho e da vida.

A Sociedade Conectada: Caminhos para a Formação de Professores

Christina Marília Teixeira Silva

A autora Christina Marília Teixeira Silva (2000) percebe que as novas tecnologias vêm causando profundas alterações na sociedade. Estas tecnologias afetam valores, identidades, formas de trabalho, formas de pensar e de sentir. A educação se move tão lentamente que a distância entre a tecnologia e o processo educativo se torna cada vez mais ampla. Apropriamo-nos dos processos desenvolvendo habilidades que permitam o acesso e o controle das tecnologias e de seus efeitos. Nesse sentido, a necessidade de se formar professores sintonizados com a sociedade tecnológica. Introduzir computadores, ferramentas de telecomunicações ou qualquer outro recurso tecnológico nas experiências de aprendizagem dos alunos não resulta automaticamente na melhoria da aprendizagem.
Buscando caminhos para a formação de professores
É preciso que o investimento, no que diz respeito à presença do computador no ensino, seja diferente daquele realizado pelas escolas norte-americanas: 90% para equipamentos e 10% destinado à formação de professores. Às vezes, o professor é treinado para usar uma nova tecnologia, mas sua atuação não se modifica em sala de aula. Deve-se propiciar meios para que haja uma mudança na forma do professor “ver a sua prática, entender o processo de ensino-aprendizagem e assumir uma nova postura como educador”. A opção deve ser pelo ensino através do computador e não do ensino sobre computação.
A questão da formação de professores é complexa e, definindo-se o modelo desejado, deve-se levar em conta, questões relacionadas aos possíveis papéis do professor no processo de ensino-aprendizagem. É fundamental que sejam realizadas alterações profundas nesse processo e que os professores sejam capazes de estabelecer o quê, como, por quê, para quê, a quem e para quem servem as novas tecnologias. Precisa-se de ambientes que funcionem como verdadeiras salas de aula virtuais, não repetindo o modelo tradicional, mas incentivando o trabalho independente quanto o não repetindo o modelo tradicional, mas incentivando tanto o trabalho independente quanto o cooperativo.
Programas disponibilizados na rede também se constituem em material didático, mas é necessário atender a requisitos como:
1. Desenvolver o material para o usuário e não para a tecnologia
2. Escolher os tipos de mídia baseado nos objetivos de aprendizagem
3. Fornecer ao usuário grande quantidade de interatividade
4. Planejar para que o material se adapte a diferentes níveis de habilidade
5. Atender a uma variedade de estilos de aprendizagem: pessoas diferentes aprendem de formas diferentes
6. Preferir o modo não linear. A web constrói conhecimento de forma não linear.
7. Respeitar o aluno: evitar conteúdos ou feedbacks não significativos, nem motivadores
8. Testar o projeto da interface em usuários reais:materiais didáticos com um projeto inadequado desmotivam o usuário.
Alguns autores sugerem estratégias com uso de tecnologias que podem ser consideradas muito sofisticadas para a realidade educacional brasileira. As estratégias de formação de professores devem usar “agentes inteligentes”, como a Tv a cabo conectada diretamente à internet.
É necessário que o professor tenha a oportunidade de capacitar-se naquilo que mais lhe interessa e que é adequado às suas necessidades profissionais. Um outro exemplo consiste na criação de uma rede sem fio, projetada para usar todos os benefícios da tecnologia portátil. Os profissionais envolvidos no processo de formação devem possuir um computador notebook, assim os “alunos” podem se conectar a bate-papos on-line, esclarecer dúvidas e trocar opiniões.
Oliveria(1997) diz que a formação deve ser eficaz, as pessoas responsáveis por ela precisam estar preparadas tanto nos aspectos ligados à informática quanto aos aspectos pedagógicos da utilização da tecnologia em ambientes de aprendizagem. A formação deve ser contínua, pois os professores necessitam acompanhar a velocidade com que se alteram programas e equipamentos.
Devemos refletir com maior cuidado para saber quando convém atualizar determinada tecnologia, por que fazê-lo, quais sãos os custos e o impacto educativo de tal mudança. Cada escola deve ter um projeto tecnológico claro, flexível e atualizável.
Implementando redes de computadores na educação: a necessidade de um novo paradigma
Há resultados na utilização das redes na educação, bem como alguns problemas. Destacamos os seguintes: o professor deve ser um facilitador; os alunos tendem a se dispersar na exploração da informação; a motivação dos alunos é maior pela quantidade de informações disponíveis; desenvolve maior habilidade para se fazer pesquisa; novas formas de comunicação estão surgindo e a ampliação da cooperação, da pesquisa em grupo de troca de resultados, são ampliadas com o uso das redes.
Diante da tecnologia, há duas atitudes manifestas: a dos tecnofílicos e a dos tecnofóbicos, a dos tecnootimistas e a dos tecnopssimistas. Podemos ignorá-la, e ela nos atropela, ou a assimilamos e a integramos.

Gestão Inovadora da Escola com Tecnologias

José Manuel Moran

Para Moran (2003), as condições de gerenciamento de muitas das escolas públicas são precárias: infra-estrutura deficiente, professores mal preparados, classes barulhentas. Difícil falar em gestão inovadora nessas condições. No entanto, a competência de um diretor de escola pode suprir boa parte das deficiências, por exemplo, sua capacidade de liderar, de motivar, de encontrar soluções para driblar o orçamento precário.
Escolas com problemas sérios encontramos professores que conseguem comunicar-se de forma significativa com seus alunos e ajudá-los a aprender. Outros gestores transformam as limitações organizacionais e contribuem para transformar a escola em espaço criador, em uma comunidade de aprendizagem utilizando as tecnologias possíveis.
Quando se fala em tecnologias na gestão escolar, pensa-se em computadores, vídeos, softwares e internet. Tecnologias são os meios, os apoios, as ferramentas que utilizamos para que os alunos aprendam. A forma como os organizamos em grupos, em salas, em outros espaços isso é também tecnologia.
Quando uma pessoa pobre diz que não tem tecnologias é, parcialmente, correto, pois estamos sempre utilizando inúmeras tecnologias da informação e de comunicação, na parte das vezes, sofisticadas. Na escola combinamos tecnologias presenciais e virtuais.
Programas integrados de gestão administrativo-pedagógica
As tecnologias são apoios indispensáveis ao gerenciamento das atividades administrativas e pedagógicas. O computador começou a ser utilizado antes na secretaria do que na sala de aula. Não se pode separar o administrativo do pedagógico: ambos são necessários.
As redes administrativas e pedagógica, nesta primeira etapa, estiveram separadas e ainda continuam funcionando em paralelo em muitas escolas. Existem no mercado programas de gestão tecnológica que têm como princípio integrar todas as informações que dizem respeito à escola.
Num segundo momento, a internet se conecta com a internet, abre-se o mundo através da web, que tem como finalidade imediata a divulgação da escola, marketing, e como finalidade principal facilitar a comunicação entre todos os participantes da comunidade escolar.
Gestão Administrativa
Os principais colégios e universidades do Brasil utilizam programas integrados de gestão. Diminuem a circulação de papéis, formulários e ofícios, bem comuns nas escolas públicas. As inscrições dos alunos é via computador. Cadastros atualizados, emissão de boletos e outras atividades, freqüência de alunos e professores, tudo pelo computador. Há outra área importante de informatização: o controle financeiro. O programa integra todas as despesas e permite fazer projeções sobre o tempo que levará para equilibrar receita e despesa.
Gestão pedagógica
O administrativo está a serviço do pedagógico e ambos precisam caminhar integrados. Há grandes avanços na qualidade das informações disponíveis on-line para a comunidade escolar e para o público em geral. A internet é um espaço virtual de comunicação e divulgação. Cada escola deve aproveitá-la para mostrar a sua cara à sociedade: projetos, ações, filosofia pedagógica.
Há um segundo nível de comunicação do colégio pela internet: com a comunidade local (família dos alunos, associações, empresas, igrejas...). No terceiro nível, a página da escola deve focalizar os professores, os alunos e os funcionários, ou seja, a comunidade de ensino-aprendizagem. São importantes os acessos à Biblioteca Virtual com acervos digitalizados, materiais de professores, divulgação da produção dos alunos, chats, listas de discussão.
Pedagogia da gestão pedagógica
Cada escola tem uma situação concreta, que interfere em um processo de gestão com tecnologias. Há avanços na informatização das escolas, mas a demanda por novos laboratórios, por conexões mais rápidas, por novos programas é incessante e deixa também amedrontado o gestor, pois não tem a certeza se o investimento vale a pena.
O segundo passo na gestão tecnológica é o domínio do técnico. Se o professor só toca no computador uma vez por semana vai demorar a dominá-lo.
O terceiro passo é o domínio pedagógico e gerencial. O que podemos fazer com essas tecnologias para facilitar o processo de aprendizagem? Alunos, pais e professores acessem mais rapidamente as informações.
O quarto passo é o das soluções inovadoras que seriam impossíveis sem essas novas tecnologias. A integração da gestão administrativa e pedagógica se faz de forma mais ampla com os computadores conectados em rede.

O Professor diante das Novas Tecnologias

Vani Moreira Kenski

A autora Vani Moreira Kenski(1998) diz que necessitamos realizar reflexões mais aprofundadas sobre novas práticas docentes e identificar as fragilidades técnicas e operacionais de nossos ambientes de trabalho. Considerar mais realisticamente tudo o que podemos fazer ou transformar por meio de nossa interação e a de nossos alunos.
Segundo a autora, a partir do domínio do conhecimento tecnológico básico, e de sua aplicação às atividades de ensino, novos desafios e preocupações nos assaltam. Nossos problemas educacionais gerais são bem conhecidos e de difícil solução. Somando-se a eles, na perspectiva da educação tecnológica, alguns novos impasses.
O governo e o setor privado têm investido na informatização das escolas, no treinamento rápido de professores, mas o essencial ainda precisar ser feito. Como:
Questões ligadas à organização da educação
A utilização das novas tecnologias afeta todos os campos educacionais. Elas encaminham as instituições para a adoção de uma “cultura informática educacional”, que exige uma reestruturação. As instituições escolares de todos os níveis não se vêem mais como sistemas isolados, refratários a qualquer vínculo com as demais instituições sociais.
É necessário que cada instituição de ensino oriente seu projeto pedagógico definindo a relevância a ser dada ao uso das novas tecnologias, que envolve o ensino, a pesquisa e a capacitação de seus professores, além da inclusão de todas as atribuições administrativas.
Essa “internacionalização” das possibilidades educacionais altera as atuais formas de estruturação e de definição formal dos sistemas de ensino e nos coloca diante de novas questões como a definição de esferas de influências e de articulações entre instituições de diferentes estados, regiões ou países.
A internacionalização da educação deixa de ser acompanhada da valorização dos aspectos que caracterizam o caráter regional do ensino e do fortalecimento da cidadania, solidariedade e do respeito entre os povos.
Uma outra questão diz respeito às possibilidades de ampliação da atuação do sistema de ensino para o oferecimento do ensino permanente. Garantir aos alunos a liberdade de entrar a e sair quando quiserem.

A formação do professor em um mundo em rede
A “cultura informática” estabelece novas exigências: a percepção de que a atualização permanente é condição fundamental para o bom exercício da docência. Programas de formação inicial e continuada e múltiplas possibilidades de atualização por meio de aprendizagem a distância são pontos importantes da ação docente. É preciso que o professor saiba utilizar adequadamente, no ensino, novas mídias, para poder melhor explorar suas especificidades e garantir o alcance dos objetivos do ensino oferecido. Ele deve auxiliar seus alunos a analisarem criticamente as situações complexas e inesperadas informadas pelas mídias. O professor, num mundo em rede, é um incansável pesquisador. As mudanças pessoais, no entanto, nada significarão se não vierem acompanhadas de uma significativa mudança das condições de vida e de trabalho dos docentes. Uma política de pessoal que reconheça e valorize suas competências e sua importância, o oferecimento dos cursos de aperfeiçoamento e de atualização, além de uma formação inicial de qualidade, projeto de carreira consistente e melhoria de nas condições de trabalho e vida.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Tecnologias e Ensino Presencial e a Distância

Vani Moreira Kenski

O livro constitui-se de uma coletânea de textos da autora, todos resultantes de palestras proferidas nos principais congressos educacionais realizados no Brasil, nos últimos anos.
Mais até que de educação, a autora trata, em linhas gerais, do ensino presencial e a distância, além do interesse em desvendar e avançar na compreensão do ato de aprender.
Os textos selecionados por Kenski, contam a história de um processo de busca do seu saber atual, e resultam das pesquisas, por ela desenvolvidas, com o intuito de encontrar a melhor forma de exploração das atualizações das tecnologias para um melhor ensino.
O primeiro capítulo “O que são tecnologias? Como convivemos com as tecnologias”, desde o seu título, indica uma indagação acerca dos conceitos, evolução e dos efeitos causados pelas tecnologias presentes em nosso cotidiano. Traça um histórico que vem desde o início da civilização até as ferramentas e produtos midiáticos, hoje utilizados. Nesse capítulo, a autora também expõe sua preocupação com o desafio de viabilizar a escola como um espaço crítico em relação ao uso das tecnologias de informação e de comunicação (TICs). Menciona os programas de reality show que mostra como a vivência cotidiana das pessoas alimenta o show oferecido pela mídia. Coloca, ainda, que a democratização do acesso aos produtos tecnológicos é um outro grande desafio para a sociedade atual, o qual demanda amplos esforços e mudanças no âmbito econômico e educacional.
Nos capítulos subseqüentes, a autora constrói uma análise discursiva sobre “as alterações nas estruturas e na lógica dos conhecimentos que requerem novas concepções para as abordagens disciplinares, as novas metodologias e as novas perspectivas para a ação docentes”.
O capítulo 4 discute as tecnologias e as mudanças necessárias nas instituições de ensino e no trabalho docente. Diz a autora, que a escola deve se preparar para investir em equipamentos e infra-estrutura para viabilizar as condições de acesso e de uso dos equipamentos. Diante das novas tecnologias, afirma a autora, que há necessidade de um repensar na forma de educar, devendo-se discutir uma nova lógica para o ensino. Essa nova lógica perpassa pela reflexão sobre os impactos na concretização do projeto pedagógico. O capítulos 5 e 6 apresentam o tema sobre o professor diante das novas tecnologias e a nova lógica do ensino na sociedade da informação. Afirma a autora, que “a relação entre a educação e novas tecnologias requer novos posicionamentos ligados à política e à gestão da educação”. O papel do Estado deve ser claro e objetivo, no que concerne às finalidades da educação no prisma das novas tecnologias; ao financiamento; à universalização; e à democratização do acesso a esses novos ambientes tecnológicos.Discute-se, posteriormente, as comunidades virtuais de aprendizagem, o ensino colaborativo e a mudança dos papéis de professores e de alunos.

O Que é Mídia-Educação

Polêmicas do Nosso Tempo
Maria Luiza Belloni

O livro de Maria Luiza Belloni, é, na verdade, uma coletânea de trabalhos científicos de fóruns de discussão, apresentados sobre o uso educativo das tecnologias de informação e comunicação. Muitos dos trabalhos apresentados são baseados em resultados de pesquisas empíricas.
O livro contém cinco capítulos. O primeiro deles, intitulado “Mídia-Educação: mediação escolar indispensável para a cidadania”, trata dos novos modos de aprender, com foco na autodidaxia. Sobre isso, a autora, ressalta o quanto tem sido forte o impacto do avanço tecnológico sobre os processos e instituições sociais. Diz a autora, em palestra proferida no Congresso Internacional de Educação Pública (2000), que a resposta aos desafios impostos para a integração das tecnologias de informação e comunicação (TIC) sobre processos e instituições sociais, deve considerar duas dimensões indissociáveis: as ferramentas pedagógica para a melhoria e expansão do ensino e o objeto de estudo complexo e multifacetado que exige abordagens criativas, críticas e interdisciplinares.
Em seu segundo capítulo, com o título “Da Tecnologia à Comunicação Educacional”, o livro aborda a integração das TICs com o processo educacional. Fala a autora da cibercultura e a metáfora do impacto; da sociedade digitalizada; nas tecnologias e educação; na mediatização da tecnologia à comunicação educacional; e, por fim, dos novos professores e alunos. Nessa última, Belonni traça um parâmetro histórico-comparativo da sala de aula do quadro e giz às salas de aula informatizadas.
Com o título “Mídia-Educação: Ética e Estética”, o livro traz o tema do papel da TV no processo de socialização, analisando os aspectos positivos e negativos da inserção desse veículo de massa na formação da sociedade e abordando temas como a violência e a sexualidade.
O penúltimo capítulo, discute as “Reflexões Sobre a Mídia”. A autora questiona a referência acadêmica que considera o fenômeno da “mercadoria artística” como veículos de comunicação de massa, quando na verdade, denomina-se, apenas como “mídia”. Fala, ainda, da sociedade de consumo, e constata que “vivemos numa civilização da imagem, que teria se tornado a base de comunicação entre os homens”. Afirma que “o mundo de mercadorias leva o homem moderno à submissão ao sistema”, desencorajando seu espírito da iniciativa e da autoconfiança e diminuindo a possibilidade da decisão a partir do seu próprio julgamento.No quinto e último capítulo, Belloni analisa o “Programa Formação do Telespectador” sob os desafios da inovação educacional. Esse programa constitui-se num kit de materiais pedagógicos (vídeos e impressos) que apresentam, de modo irreverente, temas variados referentes à televisão e seus programas. Desenvolvido em 1993, o Programa Formação do Telespectador, vem sendo utilizado em escolas públicas do ensino fundamental e médio inferior, em Brasília, Rio de Janeiro e Florianópolis, e tem como objetivo a formação de crianças e adolescentes para o uso ativo e crítico da televisão, buscando a percepção consciente e o debate crítico das mensagens televisuais.

Síntese do Seminário do Grupo 1

Grupo: Sérgio Batista, Márcio, Ednalva e Gilmar
Tema: Educação a Distância.

O primeiro grupo a se apresentar, abordou, com competência, um tema extremamente pertinente. Sérgio Batista coordenou a apresentação do trabalho que, pela qualidade e conteúdo, fez aumentar o nível de responsabilidade dos grupos subseqüentes.
Com o objetivo de analisar a relação da educação com as tecnologias da informação e comunicação, a partir da concepção da linguagem, interação, interatividade e dialogismo, o grupo atendeu ao que se propôs.
Conceituando hipertexto como um sistema para visualização de informações, cujos documentos contém referências internas para outros documentos, os membros componentes iniciaram um passeio pelas formas e características da interatividade.
Os hipertextos dividem-se em potencial e colaborativo. No primeiro, não há espaços para o interagente, ao contrário do tipo colaborativo.
O trabalho também apresentou as tecnologias e o ensino presencial e a distância, situando-se a partir do Ensino Interativo até as Comunidades Virtuais. Relatou a conectividade; as comunidades virtuais; as comunidades virtuais de aprendizagem e as integradas; a cooperação; a colaboração; as motivações para aprender; e a nova sociabilidade da educação, através da dinâmica da comunidade virtual. O grupo apresentou, também, os desafios e o ensino interativo.
Uma rica abordagem que nos motivou a conhecer a importância da interatividade na construção da qualidade do processo de ensino-aprendizagem, discorrendo sobre a Nova Infra-estrutura da Informação e Comunicação (NTICs), refletindo em que elas podem contribuir para a produção do conhecimento.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Os Novos Espaços de Atuação do Professor com as Tecnologias

José Manuel Moran

O artigo do professor José Manuel Moran apresenta três espaços de integração para uma proposta pedagógica a partir das novas tecnologias, destacando-se a internet.
Para o estudioso, os professores, em qualquer curso, devem aprender a gerenciar e integrar espaços de maneira aberta, inovadora e equilibrada.
Em sua visão, o primeiro espaço é o de uma sala de aula melhor equipada com atividades diferentes, enquanto o segundo espaço se caracteriza pelo uso do laboratório, como sala de aula, com internet. Neste espaço se desenvolveriam atividades de pesquisa, com o uso da tecnologia como ferramenta. O terceiro espaço é o da redução do número de aula, em sala, e a continuação do aprendizado a distância.
O planejamento e a flexibilização do currículo, em cada curso, são apontados pelo especialista, além das presenças física e virtual do aluno como uma integração criativa e inovadora.
Ainda de acordo com seu pensamento, os alunos estão saturados da forma tradicional em se assistir a aulas. Há uma distância entre os conteúdos de aprendizado e do cotidiano.
Em alguns casos, a tecnologia chega às escolas, às salas de aula, mas o professor permanece com a mesma metodologia de ensino. A aula continua oral e escrita. Mesmo com a inserção de mídias como o rádio, TV, cinema, com desafios de linguagens, os educadores alteravam a embalagem, mas sem mexer no conteúdo.
A sociedade é um espaço privilegiado de aprendizagem. Nunca foi tão desafiador ensinar e aprender. São muitas informações advindas de crescentes fontes, com diferentes leituras de mundo. Educar é mais complexo, porque a sociedade também o é. Nós, professores, precisamos reaprender a ensinar.
A web e outras tecnologias permitem novas possibilidades relacionadas a presença. Com a internet e as redes de comunicação, emergem novos espaços de ensino-aprendizagem. Esses espaços modificam e ampliam as práticas pedagógicas.
Novos campos na educação on-line são criados na educação a distância. A rede traz novos desafios para a sala de aula convencional.
Numa configuração anterior, o professor se restringia ao espaço da sala de aula. No mundo da tecnologia, há necessidade de se gerenciar atividades a distância, visitas técnicas, orientação a trabalhos de conclusão de curso, dentro de sua carga horária.
A sala de aula, portanto, será um ponto de partida e de chegada, combinando outros espaços para ampliar as possibilidades de atividades de aprendizagem. Uma sala de aula para uma educação de qualidade precisa de professores bem preparados, motivados, com formação pedagógica atual e boa remuneração.
As salas devem ser confortáveis, boa acústica e equipada com tecnologia: DVD, vídeo, ponto de internet, projetor multimídia. Essa infra-estrutura deve estar a serviço de mudança na postura do professor.
No aspecto metodológico, o professor precisa aprender a equilibrar processos de organização e de “provocação” na sala de aula. Ele precisa questionar, tensionar, provocar o nível da compreensão existente. Predomina a organização no planejamento didático quando o professor trabalha com esquemas, aulas expositivas, apostilas, avaliação tradicional. Predomina a “desorganização” no planejamento didático quando o professor trabalha encima de projetos, experiências, novos olhares de terceiros como artistas e escritores.
O contato de professores e alunos com bons filmes, poesias, contos, romances, histórias, pinturas alimenta o questionamento e abre novas perspectivas de interpretação, de olhar, de perceber, de sentir e de avaliar.
Quando o vídeo serve para confirmar uma teoria, uma síntese, um olhar específico com o qual estamos trabalhando, ele ilustra, amplia e exemplifica. O vídeo e outras tecnologias servem para desorganizar o conhecimento. Depende de como e quando os utilizamos. Educar é um processo dialético.
Um dia todas as salas de aula estarão conectadas às redes de comunicação instantânea. O professor poderá vai orientar os alunos a fazerem pesquisa na internet e a encontrar materiais significativos para a área do conhecimento e a ensiná-los a separar informações relevantes da sem importância. Será a capacitação, para o uso de novas tecnologias, necessária para acompanhar o curso em seus momentos virtuais. Tudo isso pressupõe que os professores foram capacitados antes para fazer este trabalho didático com os alunos no laboratório e nos ambientes virtuais de aprendizagem. Os próximos encontros presenciais já devem trazer maiores contribuições dos alunos, dos resultados e de pesquisas, de projetos, de solução de problemas, entre outras formas de avaliação. O professor precisa hoje adquirir a competência da gestão dos tempos a distância combinado com o presencial. O que vale a pena fazer pela internet que ajuda a melhora a aprendizagem, que mantém a motivação, que traz novas experiências para a classe, que enriquece o repertório do grupo.
A internet e as novas tecnologias estão trazendo novos desafios pedagógicos para as universidades e escolas. É fundamental planejar e flexibilizar, no currículo de cada curso, o tempo e as atividades de presença física em sala de aula e o tempo e as atividades de aprendizagem conectadas a distância.

O Impacto da Automação Industrial nos Empregos na Sociedade Brasileira

Alan Paulo Oliveira

Alan Paulo Oliveira aborda a redução na oferta de empregos. Em sua avaliação, desde o início da revolução industrial o trabalho humano vem sendo substituído por máquinas, em ritmo muito mais forte do que já fora visto até então, mas apesar disso não levou a um aumento crítico do desemprego excetuando-se a crise da bolsa de Nova Iorque. A realidade do século XXI nos leva a crer, citando Rifkin (1990), que agora pela primeira vez, o humano está sendo sistematicamente eliminado do processo de produção.
Na década de 60, críticos, teóricos e ativistas dos direitos civis alarmaram a sociedade sobre suas preocupações com relação ao avanço das tecnologias de automação. Líderes empresariais, no entanto, acreditavam que essas tecnologias apenas intensificavam o crescimento econômico e as oportunidades de emprego.
Em 1992, houve um crescimento de 2,6% cerca de 500 mil empregos simplesmente desapareceram, tomados pelos avanços da tecnologia artificial e da informática.
Muitas empresas também estão aplicando técnicas de Reengenharia, reduzem níveis de gerência tradicionais e categorias de cargos, reduzindo e simplificando processos de produção e distribuição. Resulta na perda de mais de 40% e até 75% de desemprego aos funcionários.
Para Oliveira, os efeitos do avanço da tecnologia são impressionantes com relação ao aumento da produção, à facilidade de distribuição entre outros aspectos. Por outro lado, estes efeitos podem se tornar nocivos, na medida em que o poder de compra torna-se menor em detrimento do aumento do desemprego, gerando uma depressão global.

Educação e Tecnologias: mudar pra valer

José Manuel Moran

O texto, do professor José Manuel Moran, aborda a internet, as redes, o celular, a multimídia como os responsáveis pela mudança em nosso cotidiano. Resolvemos mais problemas conectados, a distância. Na visão de Moran, na educação sempre colocamos dificuldades para a mudança. A educação de milhões de pessoas não pode ser mantida na prisão, nas asfixia e na monotonia em que se encontra.
As tecnologias são apoio, permitem-nos realizar atividades de aprendizagem de formas diferentes às de outrora.
Muitos expressam seu receio de que o virtual e as atividades a distância para baixar o nível do ensino. A escola continua sendo uma referência importante. Ira até ela ajuda a definir uma situação oficial de aprendiz, a conhecer outros colegas, a conviver.
O conviver virtual vai tornar-se quase tão importante como o conviver presencial. A escola precisa de uma sacudida. Isso se consegue com uma gestão administrativa e pedagógica mais flexível
Corredores e salas de aula das universidades são estruturas deprimentes: salas barulhentas, a voz do professor mal chega aos que estão mais distantes.
Apavoramo-nos diante da mudança, do risco do fracasso. O fracasso não está bem na nossa frente? Quantos alunos iriam a nossas aulas se não fossem obrigados? Há maior fracasso do que este?
A escola pode não ser um espaço de inovação, de experimentação saudável de novos caminhos. Não precisamos romper com tudo. Manter o currículo e as normas, tal como estão, na prática é insustentável. As secretarias de educação precisam ser mais proativas. Professores, alunos e administrativos podem avançar muito mais em organizar currículos mais flexíveis. A rotina, a repetição, a previsibilidade são armas letais à aprendizagem.
São muitos os recursos a nossa disposição para aprender e para ensinar. A internet trazendo possibilidades inimagináveis vinte anos atrás. Está mais do que na hora de evoluir, modificar nossas propostas, aprender fazendo.

O Fim das Vagas

(Revista Você S.A)

Publicada na revista VOCÊ S.A, em outubro, uma entrevista com um dos pensadores que mais influenciam a política nos EUA, Jeremy Rifkins, relata o desemprego no mundo. Na década de 90, Rifkins escreveu o, entre outros 17 livros, best seller “O fim dos empregos”. Naquele período, o economista fez um cálculo de 800 milhões de desempregados, mas na virada do século a conta subiu pra 1 bilhão de pessoas.
Ele defende também uma semana de trabalho mais curta visando a contratação de mais trabalhadores, mesmo os empregados continuando a receber pela jornada de 40 horas semanais. As empresas, no entanto, teriam o benefício de mais redução na carga de impostos.

domingo, 17 de junho de 2007

Educação a Distância no Brasil

Grupo 3

Texto 3 - Educação a Distância no Brasil
Maria Luiza Beloni

O Texto se reporta à educação a distância no Brasil, particularizando discussões concernentes à teoria e a prática necessária à execução e planejamento inerentes a essa modalidade de ensino. Também enfoca as condições políticas e financeiras adequadas para a sua implementação.
As novas gerações estão aprendendo um novo modo de aprender. Diante dessas novas perspectivas, as instituições de ensino deverão se adequar e se adaptar à modalidade de ensino a distância, direcionando a formação pedagógica dos seus profissionais aos recursos das tecnologias emergentes, sem perder o foco na qualidade.
O sistema de ensino brasileiro obteve enorme flexibilidade com a promulgação da Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, cuja regulamentação propicia a criação de novas modalidades de cursos, de modo a poder incorporar novos conteúdos, práticas pedagógicas e procedimentos de avaliação.
NISKIER (1.999, p. 79-81), mostra ainda que a Constituição brasileira, pelo Decreto nº 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, regulamentou o Art. 80 da Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, estabelecendo as normas e regras da educação à distância no Brasil, conforme a seguir:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV da Constituição, e de acordo com o disposto no art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
DECRETA:
Art. 1º - Educação a Distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação.
Parágrafo Único - Os cursos ministrados sob a forma de educação a distância serão organizados em regime especial, com flexibilidade de requisitos para admissão, horários e duração , sem prejuízo, quando for o caso, dos objetivos e das diretrizes curriculares fixadas nacionalmente.”
Art. 2º - Os cursos a distância que conferem certificado ou diploma de conclusão do ensino fundamental para jovens e adultos, do ensino médio, da educação profissional, e de graduação serão oferecidos por instituições públicas ou privadas especificamente credenciadas para esse fim, nos termos deste Decreto e conforme exigências a serem estabelecidas em ato próprio, expedido pelo Ministro de Estado da Educação e do Desporto.
§ 1º - a oferta de programas de mestrado e doutorado na modalidade a distância será objeto de regulamentação específica.
§ 2º - O credenciamento de instituições do sistema federal de ensino, a autorização e o reconhecimento de programas a distância de educação profissional e de graduação de qualquer sistema de ensino deverão observar, além do que estabelece este Decreto, o que dispõe as normas contidas em legislação específica e as regulamentações a serem fixadas pelo Ministro de Estado da Educação e do Desporto.
A pedagogia e a tecnologia ,como projetos sociais, sempre andaram de mão dadas. O que diferencia uma sociedade de outra são as finalidades, as formas e as instituições sociais envolvidas nessa preparação, que a sociologia chama “processo de socialização”.
Torna-se difícil para as escolas públicas acompanharem a evolução da tecnologia, enquanto as privadas fazem isso sem muita crítica ou discussão, somente para agradar o usuário.
Todas as mídias, fazem parte do universo de socialização das crianças, participando, de modo ativo e inédito na história da humanidade, sendo um processo complexo transformando a criança em um ser social e capaz de viver de modo competente.
Salienta que não podemos perder de vista os marcos teóricos destes acontecimentos para que possamos compreender o fenômeno educação a distância, como parte de um processo de inovação educacional mais amplo que é a integração das novas tecnologias de informação e comunicação nos processos educacionais.
Embora não seja o único fator determinante, a tecnologia está fortemente associada ao desenvolvimento da educação a distância.
Um exemplo de Universidade que oferece estes tipo de cursos é a UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, através do LED – Laboratório de Educação a Distância. Foi criado em 1995,pelo departamento de Engenharia de Produção e tem como objetivos atender às demandas empresariais, e serve para que as empresas qualifiquem seu pessoal sem abrir mão do seu tempo. Também atua na formação de professores, cursos de pós-graduação e de formação continuada.
A educação a distância segue as mesmas contradições que caracterizam a história da educação no Brasil. De um lado a teoria de gabinete e a falta de condições reais de efetivação e de outro, o conflito entre o setor público com suas políticas equivocadas que criam um mercado florescente, livre de restrições para o lucro do setor privado, evidências estas que se manifestam no mundo inteiro e não somente no Brasil.
A questão maior então não está na modalidade de ensino, se presencial ou a distância, mas sobretudo na capacidade de os sistemas inovarem quanto aos conteúdos e às metodologias de ensino, ou seja inventarem novas soluções para problemas antigos.
A educação a distância tem muito a contribuir na educação ao longo da vida, surgindo para atender à demanda decorrente da expansão do ensino secundário; criação de novos modos de formação continuada adequada às demandas de mercado.
Importante persistir que não se pode ignorar ou minorar o significado dos ideais humanistas na formação do cidadão crítico, reflexivo, questionador e criativo, capar de pensar e de mudar o mundo.

UAB – Universidade Aberta do Brasil

Grupo 3
Texto 2 - UAB – Universidade Aberta do Brasil.

A Universidade Aberta do Brasil consolida-se como o maior projeto de inclusão universitária de todos os tempos. A Educação a distância no Brasil, regulamentada a partir da Lei 9394/96, Lei das Diretrizes de Base da Educação, caminha a passos largos para a sua afirmação, enquanto modalidade de ensino com qualidade.
É nesse aspecto que o texto desenvolve seu foco na UAB, apresentado o início, o edital, o planejamento e a implantação do projeto.
A Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação (SEED), criada em 1996, Órgão responsável pela UAB, tem, como missão, atuar como agente de inovação dos processos de ensino-aprendizagem e fomentar a incorporação das tecnologias de informação e comunicação e da educação a distância aos métodos didático-pedagógicos.
Por se tratar de um projeto que, por ainda não ter iniciado, não possui resultados para serem analisados, tampouco não há artigos ou discussões científicas sobre o tema. Por esse motivo, quase toda a informação sobre a UAB é proveniente do próprio site http://www.uab.mec.gov.br . Dessa forma, o texto disponibilizado por nosso grupo restringe-se ao projeto e não aos resultados do projeto.
O edital para a seleção, continha duas partes. Uma voltada para prefeituras de municípios que pretendiam ser pólos da Universidade Aberta e outra voltada para as Universidades Federais e para os Centros Federais de Educação Tecnológica, responsáveis pelas ofertas de cursos. O edital enfocava a necessidade de cursos de formação de professores, as licenciaturas, para os quais foi dada uma pontuação maior.
O recurso disponibilizado para a implantação da UAB foi na ordem de R$ 14 milhões (catorze milhões de reais).
Decreto 5622/05 regulamenta o Art. 80 da Lei 9394/96, que dispõe sobre o credenciamento de instituições públicas e privadas para a oferta de cursos e programas, na modalidade a distância, para a educação básica de jovens e adultos, educação profissional técnica e educação superior.
No Brasil, atualmente 127 instituições, estão cadastradas para a oferta de EAD.
A UAB, instituída oficialmente pelo Decreto 5800, de 8 de junho de 2006, tem, por finalidade, a expansão e a interiorização da oferta de cursos e programas de educação superior no país, mediante a oferta de cursos e programas a distância por instituições públicas de ensino superior, em articulação com pólos de apoio presencial. Como objetivos específicos, o Sistema UAB, busca a ampliação do acesso à educação superior pública; a redução das desigualdades de oferta de ensino superior entre as diferentes regiões do País; o estabelecimento amplo sistema nacional de educação superior a distância; o fomento ao desenvolvimento institucional para a modalidade de educação a distância, bem como a pesquisa em metodologias inovadoras de ensino superior apoiadas em tecnologias de informação e comunicação.
Em 2006, um projeto piloto, em parceria com o Banco do Brasil e outros bancos estatais, foram oferecidas 10.000 vagas para funcionários do Banco do Brasil e servidores públicos, em cursos superiores de Administração, nas mais diversas regiões do país.
Para o sucesso do projeto, foi necessário um substancial investimento na capacitação dos profissionais que trabalharão diretamente com os alunos, como professores, coordenadores, tutores e pedagogos.

O uso da teleinformática na atualização científica e tecnológica de professores da rede federal de ensino técnico no Brasil

O uso da teleinformática na atualização científica e tecnológica de
professores da rede federal de ensino técnico no Brasil:
a participação de todos na formação
continuada à distância de cada um
Gilberto Lacerda Santos

Texto 1 – O uso da teleinformática na atualização científica e tecnológica de professores da rede federal de ensino técnico no Brasil: a participação de todos na formação continuada à distância de cada um
Gilberto Lacerda Santos

Do SDITE à RedeLet

SDITE – Sistema de Disseminação de Informações Tecnológicas Emergentes
Foi concebido em 1988/89
Objetivo: oferecer ao corpo docente do Sistema Federal de Educação Técnica, informações sobre os avanços científicos e tecnológicos nas diversas áreas do conhecimento, relacionadas com as habilitações oferecidas nas Escolas Técnicas e Agrotécnicas Federais.
O SDITE tinha como núcleo central, um conjunto de banco de dados, através do qual as informações tecnológicas emergentes eram captadas por um grupo de especialistas. Esses especialistas, escolhidos em todo o território nacional, identificavam as informações, analisava-as e preenchia um formulário que era enviada à sede física do Sistema (localizado na Secretaria de Ensino de 2º Grau do MEC). O material seguia em disquetes, jornais ou catálogo de informações para divulgação.
O SDITE foi apresentado pela primeira vez, em 1988, no I Congresso Nacional de Educação Técnica (no CEFET-PR).

Histórico
1988 – Caráter experimental com 140 especialistas de todos os estados do Brasil, incorporando 40 instituições e disponibilizando mais de 600 informações tecnológicas coletadas

1990 – Mudança de dirigentes e diretrizes do MEC, causou o desmembramento da equipe mantenedora e, consequentemente, o fim do SDITE. Em 1991, surge a RedeLet (Rede Latino-Americana de Comunicação de Dados), cujos objetivos eram:

1. Integração das Instituições Federais de Ensino Técnico
2. Atualização pedagógica dos docentes
3. Intercâmbio entre países da América Latina (formação para o trabalho)
4. Interconexão de banco de dados nacionais e internacionais
5. Intercâmbio acadêmico-científico da comunidade da educação tecnológica da América Latina.

A interação prevista para a RedeLet era, basicamente, o acesso a:

- Dados descritivos sobre as Instituições Federais de Ensino Técnico do Brasil, em que constava o número de escolas, número de alunos, número de professores, número e nomes de cursos oferecidos com respectivos currículos, etc..
- Banco de dados nacionais e internacionais, onde trafegariam informações de natureza científica e tecnológica, como bibliotecas, centros de pesquisa, publicações científicas, revistas especializadas, etc..]
- Catálogo de pesquisadores, estabelecendo o elo e a prática científica e a prática docente.
- Banco de dados sobre Centros de Pesquisas, contendo projetos, novas tecnologias em desenvolvimento, inovações científicas e tecnológicas, etc..
- Lista de discussões, com o intuito de provocar o intercâmbio entre professores e instituições.

Os resultados esperados pela RedeLet, eram:

Excelente mecanismo de reciclagem e de formação.
Melhoria da qualidade dos conteúdos programáticos propostos aos alunos.
Atualização técnico-científica dos professores.
Interação e comunicação.
Criação de um curso de extensão, via rede telemática, voltado para a alfabetização científica e tecnológica de professores.

O curso de extensão proposto, deveria ser um curso em CTS (Ciência-Tecnologia-Sociedade), que visaria a alfabetização científica e tecnológica de professores de 1º e 2º Graus do Brasil e da América Latina e sua missão era a articulação de uma interpretação de ciência e tecnológica, como elementos sociais complexos e contextualizados, nos quais uma larga escala de valores definiriam a direção da pesquisa científica e das inovações tecnológicas.
Em resumo, o curso em CTS trataria da “instauração de uma relação educativa fundamentalmente baseada na autonomia dos alunos que, movidos por necessidades intrínsecas, estariam dispostos a descobrir conhecimentos e avançar na construção de conhecimentos individuais, mas sempre numa perspectiva coletiva, na edificação da própria cidadania” (Lacerda Santos, 1997).
A RedeLet, assim como o SDITE, nasceram prematuros. Os meios tecnológicos da época disponíveis no Brasil, impediram a viabilização técnica do projeto. Os computadores e os meios de comunicação analógicos discados, que tinham um desempenho aquém das necessidades do projeto, além das conjunturas de um país, em que a gestão pública é conduzida por políticas de governo e não por políticas de estado, empurraram a RedeLet ladeira abaixo.
A prova inconteste da precocidade do projeto (há cerca de 16 anos)está na existência sistemas tecnológicos integrados que atendem, praticamente, aos mesmos objetivos a que, no início, a idéia se propunha.

MEC apresenta crescimento de educação a distância em evento

Notícia

Brasília, 15/6/2007 - A Secretaria de Educação a Distância (Seed/ MEC) vai apresentar vários temas durante um evento que ocorrerá no Parque Tecnológico de São José dos Campos, São Paulo, nos dias 18 a 22 deste mês. Entre os temas, destaque para as tecnologias da informação aplicadas e as tevês educativas.Os secretários de Educação a Distância, Carlos Eduardo Bielschowsky, e de Educação Superior, Ronaldo Mota, participam do encontro. Mota, inclusive, vai representar o ministro da Educação, Fernando Haddad. Segundo o secretário de Educação a Distância, que vai ministrar a palestra Iniciativa e Modelos de Boas Práticas, a expansão da modalidade a distância deve acontecer a curto prazo. "É preciso, porém, manter os referenciais de qualidade para garantir que ela se consolide cada vez mais", afirmou Carlos Eduardo Bielschowsky.O crescimento da educação a distância é significativo. Em 2005 havia 504.204 alunos matriculados na modalidade. Em 2006, o número cresceu para 778.458 alunos, com destaque para a região Sul, que teve 258.623 alunos, representando 33% do número total de alunos do país. (Assessoria de Imprensa da Seed)

Cooperação Brasil-Canadá favorecerá mulheres brasileiras

Notícia

Cooperação Brasil-Canadá favorecerá mulheres brasileiras
Mulheres Mil: Educação, Cidadania e Desenvolvimento Sustentável. Este é o nome de projeto desenvolvido pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC), em conjunto com a Association of Canadian Communit Colleges (ACCC), a Agência Canadense de Cooperação Internacional (CIDA), a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Rede das Escolas Federais de Educação Tecnológica do Norte de Nordeste (RedeNet). As grandes beneficiadas com o projeto são mulheres de baixa renda dos estados norte e nordeste brasileiro, historicamente marcadas pelas desigualdades, pobreza regional e dificuldade de acesso ao trabalho e à qualificação profissional.
Serão capacitados 13 Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) do norte e nordeste, que irão desenvolver habilidades entre as mulheres de baixa renda. Serão formadas doceiras, rendeiras, costureiras, cozinheiras e mais inúmeras especialidades que fazem parte da cultura local. Todas terão suas aptidões aprimoradas, buscando prepará-las para ingressar no mercado de trabalho e desenvolver atividades empreendedoras de sucesso. O projeto prevê que, inicialmente, cerca de mil mulheres sejam beneficiadas.
Início das atividades - A semana de 18 a 22 de junho será um marco nas discussões iniciais do projeto, que começará a ser implementado no segundo semestre desse ano. Durante todos os dias, representantes canadenses estarão reunidos com representantes brasileiros, no Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte (Cefet-RN), em Natal.
Na reunião, será detalhado o plano de implementação do projeto, elaborada a programação e calendário, além da avaliação dos trabalhos já executados.
Educação tecnológica no Canadá - A ACCC é composta pelas instituições pós-secundárias de educação tecnológica (os Colleges) do Canadá. Para a ACCC, esse projeto torna a parceria com o Brasil mais forte e ampla, ao promover o envolvimento de todos os Cefets.
Com recursos provenientes do Brasil e da Agência Canadense Internacional de Cooperação para o Desenvolvimento (CIDA), o projeto pretende diminuir a pobreza e fortalecer a parceria entre as instituições acadêmicas brasileiras e canadenses e entre os povos do Brasil e Canadá.
Em quatro anos, o valor dos investimentos oriundos da CIDA e da ACCC é de 2,6 milhões de dólares canadenses e mais R$ 4 milhões do governo brasileiro.
Rede Norte e Nordeste - A RedeNet, rede que congrega os Cefets do norte e nordeste, uma das grandes parcerias do projeto, será fundamental para iniciar a capacitação dos Cefets nos estados da Rede. "De todas as ações da Setec, esta é a mais significativa e a mais transformadora. É um projeto que vai criar um novo modelo de inserção das mulheres no mercado de trabalho", afirma o Diretor Executivo da RedeNet, Sérgio Luiz Alves da França. Segundo ele, a intenção é completar o ciclo de formação das mulheres, envolvendo toda a carreira produtiva e garantindo a continuidade do projeto

As Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação: as perspectivas de Freire e Bakhtin

Grupo 1
Texto 3 - As Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação: as perspectivas de Freire e Bakhtin
Raquel de Almeida Moraes, Ângela Correia Dias e Leda Maria Rangearo Fiorentin

O texto nos traz uma análise conjuntural da comunicação na educação a partir das perspectivas de Freire e Bakhtin.
Reforça a necessidade de uma nova visão sistemática da educação com a inserção das tecnologias da informação no processo de construção do papel do educador. A linguagem, a interação, a interatividade e o dialogismo, tão bem expressas e enfocadas por Freire, retratam a sua preocupação pela essência da relação entre os homens através da comunicação.
A interação entre os sujeitos é o princípio fundador tanto da linguagem como da consciência. A interatividade é entendida como a possibilidade de interação flexível (Lima, 2001) de relação recíproca de interlocutores numa situação de diálogo.
A ênfase de Freire na relevância da comunicação para as relações sociais fica clara, quando ele escreve que “o diálogo é uma exigência existencial (...)e não pode reduzir-se a um ato de depositar idéias de um sujeito no outro, nem, tampouco, tornar-se simples troca de idéias a serem consumidas pelos permutantes!
Nesse contexto, as autoras afirmam que a educação é concebida como um ato político e de comunicação, e não de extensão. Afirmam ainda que “comunicação é educação, é diálogo”, na medida em que não “é transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados” (Freire, 2001, p.69).
A partir do momento em que o educador é um líder, deve exercer sua liderança dialogicamente. Esse é o seu maior desafio, pois em não o fazendo estará criando obstáculos à dialogicidade entre os sujeitos da aprendizagem.
Bakhtin afirma que os discursos são monofônicos (autoritários) e polifônicos (poéticos).
Remetendo-nos à educação, os discursos monofônicos esfaziam o papel ativo do receptor/leitor e comprometem significativamente o processo da formação consciente e crítica, essencial para a constituição da cidadania.
No sentido de aproximar as posições de Freire e Bakhtin, as autoras, intersecionam, ficticiamente os discursos e apresentam um diálogo entre eles. Assim sendo, Bakhtin e Freire convergem seus discursos em três pressupostos comuns:
• A linguagem, como expressão de relações sociais e de classe;
• O dialogismo (Freire) e a polifonia (Bakhtin) sendo preferíveis ao monólogo - extensão - (Freire) ou
a monofonia (Bakhtin); e
• A palavra como expressão da consciência
Cabe, portanto, ao educador estar atento à sua postura, preocupando-se com a forma da sua interação em seu ambiente para não propiciar a domesticação, o autoritarismo, a repetição ou o pensar único, que, certamente, colocá-lo-ia numa trajetória da contramão dos princípios pedagógicos de uma formação cidadã. Numa perspectiva emancipatória, o educador deve buscar refletir sobre a tendência que sua voz possa exercer sobre o discurso intersubjetivo.As autoras concluem, levantando a importância do debate sobre o uso de tecnologias da informação como novos processos de aprendizagem que oferecem oportunidades de renovação e rompimento com a concepção do modelo tradicional, e não apenas como veículos de conteúdos pedagógicos ou recursos técnicos complementares

Quão interativo é o hipertexto? Da interface potencial à escrita coletiva

Grupo 1

Texto 2 – Quão interativo é o hipertexto? Da interface potencial à escrita coletiva – Autor: Alex Primo


O texto discute as formas de interatividade, através do uso das ferramentas tecnológicas disponíveis, em especial, com a utilização do hipertexto.
O ICQ, o e-mail, os fóruns, as listas de discussões e os chats, surgem como instrumentos facilitadores que permitem o livre debate e a cooperação entre os participantes
Thompson (1988) enfatizava a questão dialógica nos meios tradicionais de comunicação, a partir de uma discussão da interação face-a-face e o contraste com a as interações mediadas e as quase mediadas. Numa interação face-a-face há o cotato direto entre os interlocutores em um espaço temporal comum, enquanto que na interação mediada, existe um agente orientador e mediador que limita as diretrizes das discussões. Em ambos os casos, a interação é dialógica, apesar de que na face-a-face, os interlocutores são geralmente obrigados a levar em consideração as respostas alheias e a modificar suas ações e expressões.
Na perspectiva de um debate sobre interação, o autor questiona o termo “usuário”, caracterizando-o como reflexo da miopia tecnicista, uma vez que transmite a idéia de quem, simplesmente, faz uso do que está pronto e lhe é oferecido para manipulação. A partir dessa visão, o designer de informação, Edward Tufte, citado por Gould (1995), dispara que existem apenas duas indústrias que dominam seu público como “usuários”: a que vende tecnologia e a que vende drogas! Entretanto, o autor também condena o termo “receptor” por expressar a idéia de alguém sentado em sua poltrona assistindo uma emissora de televisão, sem qualquer tipo de interação.
Ao entrar na discussão sobre a interface potencial ao hipertexto colaborativo e cooperativo, o autor assume um papel questionador acerca das possibilidades que estrutura da rede hipertextual oferece ao internauta. Afirma que “toda leitura é também uma intervenção particular, alicerçada em uma cadeia mental, também hipertextual”. Nesse contexto, potencial é, pelo autor, definido como o caminho e movimento possíveis, pré-definidos, que não abrem espaço para o interagente visitante incluir seus textos e imagens. Observa-se a importância da seqüência programada na interface potencial. Dessa forma, existem duas redes hipertextuais a serem consideradas: o browser, cuja tecnologia utilizada garante uma estrutura determinística e o visitante do site, o qual articula conhecimentos, lembranças e esquema mentais, criando interpretações do texto a cada leitura.
Deve haver o devido cuidado no que concerne à elaboração do projeto de navegabilidade do site ara a construção de uma história hipertextual.
Nos diversos tipos de sites disponíveis, existem vários processos de interação. O autor menciona alguns sites, distinguindo-os quanto à forma e a intensidade de interação. Quando os visitantes cadastrados em um site artístico podem modificar as imagens produzidas anteriormente por outros, podemos afirmar que se trata de um hipertexto colaborativo, pois constitui-se de uma colagem, sem discussões durante o processo criativo.
Nietzke et al (2002;2000) entende que a colaboração volta-se mais para a organização e gerenciamento de informações do que a construção conjunta de algo.
Lenara Verle (2000) identifica três níveis de interatividade, com relação à intensidade nos sites artísticos:
a) “jogar” o conteúdo do site e suas variadas formas de navegação. Trata-se de um nível baixo de interatividade, onde persiste a grande distância entre o espectador e o artista.
b) O “collab mode”. O internauta é convidado a ser uma dos participantes do projeto. Média interatividade.
c) O internauta participa do desenvolvimento conceitual do projeto. Nível de interatividade mais alto, onde as idéias são sugeridas e discutidas nos fóruns ou outros mecanismos de mesma natureza.

Apesar da relevância da interatividade, poucos são os hipertextos digitais construídos através da cooperação, incluindo-se os blogs.
O equitext, software desenvolvido por alunos de doutorado da UFRGS, utiliza ferramentas como fórum, chat e ICQ, as quais contribuem para o planejamento e revisões do texto em progresso.
O autor conclui ressaltando a necessidade da continuação da discussão sobre a intensidade da interação mútua e dialogal nas relações entre o homem e o mundo digital.

A Comunicação Pedagógica e o Computador

Grupo 1

Texto 1 – A Comunicação Pedagógica e o Computador
Autor: Paulo Roberto Gomes Pato

O texto, construído em slides, trata, inicialmente, da definição etimológica da comunicação, apresentando a diferença entre informação e comunicação. Sobre isso, o autor Paulo Roberto Gomes Pato, afirma que a informação “é o rastro que uma consciência deixa sobre um suporte material, de modo que uma outra consciência pode resgatar e simular o estado em que se encontrava a primeira consciência”. Afirma que comunicação exprime a totalidade do processo que coloca em interação, duas ou mais consciências.
Aborda, com propriedade, os modos de comunicar, que vão da figuração à abstração, mais especificamente, passa pelo proto-meios (sinais, inscrições, tambores); pictogramas, idiogramas, fonetismo, silábico;e alfabeto. Todos os meios podem ser configurados nas origens da comunicação, sejam copistas - (reprodução de obras de caráter religioso pelos monges), impressão xilográfica ( suporte de madeira com inscrições únicas) ou impressão tipográfica (livro).
Os meios de comunicação dividem-se entre duas características básicas: a oral e a escrita. Através de ambas, o autor analisa a ressonância, a rede de convivência e interação, a participação, o fluxo, a pessoalidade e a linearidade.
A partir disso, o texto traça uma análise sobre os tipos de impressos (xilográfico e tipográfico), apresentando um histórico da evolução dos meios de comunicação desde impressora tipográfica (1440) à WebTV (1996).
A respeito das teorias sobre os meios de comunicação de massa, o estudo do meio - teoria matemática da comunicação- expõe que a comunicação é vista unicamente como processo de transmissão de uma mensagem, através de um canal mecânico. Esse modelo objetiva mensurar a quantidade de informação que pode ser transmitida e não considera a inserção social da comunicação.
A dinâmica da relação indivíduos x sociedade x meios, propõe um modelo para descrever um ato de comunicação onde se destacam os estudos sobre os efeitos da mídia, através do emissor, do conteúdo, dos meios, da audiência e da análise dos efeitos. Particularmente, esse último baseia-se nas teorias da sociedade de massa que “viam a sociedade industrial como um aglomerado de indivíduos isolados física e psicologicamente”, em que as relações interpessoais são irrelevantes e os indivíduos são compreendidos como manipuláveis, indiferenciados e passivos, expostos aos estímulos dos meios.
Lazrsfeld (1995) diz que o processo de comunicação se dá dos meios aos líderes e dos líderes às demais pessoas, observando-se os contextos sociais em que vivem os indivíduos.
O enfoque fenomênico de Klapper prevê que os meios de comunicação não são a única causa dos efeitos. São apenas parte de um todo, em que são incorporados aos estudos, elementos extramedia.
O enfoque dos usos e gratificações, desenvolvido por Katz, analisa o receptor como sujeito agente capaz de interpretar e satisfazer suas necessidades.
Mc Combs e Shaw (1972), ainda em estudo sobre os meios de comunicação de massa, vêem a ação dos meios como “alteradores das estruturas cognitivas das pessoas e não como formadores de opinião”.
O autor sintetiza um estudo dos meios de comunicação, questionando se o meio é a mensagem e observa a relação entre o meio e a comunicação sob o aspecto da interação, utilizando um quadro comparativo entre o desempenho da inteligência humana e o funcionamento lógico do computador. Afirma, ainda, que “a relação homem-máquina determina um regime cognitivo determinado, pois as possibilidades oferecidas são sempre renovadas”.
As comunicações pedagógicas são divididas em mobilidade unidirecional e mobilidade bidirecional, sob as quais, a mensagem, o emissor e o receptor são analisados e relacionados.
Por fim, o autor elabora um quadro sobre a aprendizagem, caracterizando-a sob os prismas tradicional e interativo.
O texto traz um rico histórico dos meios de comunicação, suas características, seus ambientes e suas modalidades, reportando-se a estudos realizados sobre a comunicação pedagógica e seus reflexos e relações com a sociedade.

domingo, 10 de junho de 2007

Cursos Técnicos a Distância

Folha de São Paulo, 03/06/2007 - São Paulo SP
EAD ajuda a triplicar vagas em cursos técnicos públicos

O governo federal pretende fazer com que cada município brasileiro conte ao menos com uma escola que ofereça educação profissional -parte delas, a distância. A medida quase triplica a
oferta de vagas no ensino profissionalizante, que hoje conta com cerca de 700 mil estudantes matriculados. Uma das principais estratégias governamentais é a implementação
de uma rede de educação profissional a distância nas instituições públicas de ensino (federais, municipais e estaduais). A previsão de início dos cursos é março de 2008.

Tecnologia revoluciona curso oferecido a distância

Folha de São Paulo, 03/06/2007 - São Paulo SP
Tecnologia revoluciona curso oferecido a distância Aulas em universo virtual e pelo celular são novas alternativas de ensino

Apesar de o material impresso ser a principal plataforma utilizada na EAD (educação a distância), ele vem perdendo espaço para outras mídias. Hoje o e-learning está presente em 56% dos cursos, e a videoconferência, em 20,8% deles. Em compasso de interatividade instantânea, aulas pelo celular e cursos no Second Life, ambiente virtual que reproduz o mundo real, surgem como opções para os estudantes. O Senac São Paulo é uma das instituições que têm se lançado ao desenvolvimento dessas ferramentas. A partir deste mês, a escola promete oferecer ensino a distância no Second Life. "Avatares" (personagens) poderão interagir com o tutor do curso por chat ou vídeo, fazer download de materiais e tirar dúvidas em tempo real. "A EAD terá um futuro mais próximo da realidade humana. Hoje, as plataformas são bidimensionais, o Second Life é
tridimensional", diz Sidney Latorre, gerente de TI do Senac. A instituição entrará no universo paralelo para, a princípio, oferecer cursos voltados para a administração do próprio ambiente virtual, como os de criação de objetos. A intenção, destaca Latorre, é expandir a ferramenta, usando-a também nos cursos a distância oferecidos pela escola. Pelo celular - Além do Second Life, outro instrumento da moda foi incorporado às aulas a distância: o celular. Já é possível, com um "smartphone" (aparelho celular que utiliza o programa Windows) receber aulas interativas de cerca de 15 minutos. Batizado de "m-learning" (ou "aprendizado móvel"), o programa é adaptado para sair da tela tradicional de 14 polegadas para uma de 4 polegadas. "É um sistema complementar para aquele público-alvo que não está ligado constantemente ao computador, mas precisa receber treinamento", explica Alex
Augusto, CEO da Ciatech, uma das companhias que formatam essa tecnologia. Alcance - Já voltadas para as gerações que surgem conectadas, empresas brasileiras estão se lançando no desenvolvimento de plataformas mais interativas, ligadas a tecnologias de ponta. Para Fábio Sanches, coordenador do Abraead (Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância), não há limite para a oferta de EAD. "Com certeza a educação a distância será cada vez mais mediada pela tecnologia." Ele completa, porém, dizendo não ser estranho que a maior parte das aulas ainda se sustente na mídia impressa. "No Brasil, o computador e a banda larga não chegam sequer a 20% da população", aponta. Além disso, o grande usuário da EAD no Brasil está na faixa dos 30 ou 40 anos, majoritariamente. Não é a geração que nasceu usando a tecnologia."