domingo, 17 de junho de 2007

As Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação: as perspectivas de Freire e Bakhtin

Grupo 1
Texto 3 - As Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação: as perspectivas de Freire e Bakhtin
Raquel de Almeida Moraes, Ângela Correia Dias e Leda Maria Rangearo Fiorentin

O texto nos traz uma análise conjuntural da comunicação na educação a partir das perspectivas de Freire e Bakhtin.
Reforça a necessidade de uma nova visão sistemática da educação com a inserção das tecnologias da informação no processo de construção do papel do educador. A linguagem, a interação, a interatividade e o dialogismo, tão bem expressas e enfocadas por Freire, retratam a sua preocupação pela essência da relação entre os homens através da comunicação.
A interação entre os sujeitos é o princípio fundador tanto da linguagem como da consciência. A interatividade é entendida como a possibilidade de interação flexível (Lima, 2001) de relação recíproca de interlocutores numa situação de diálogo.
A ênfase de Freire na relevância da comunicação para as relações sociais fica clara, quando ele escreve que “o diálogo é uma exigência existencial (...)e não pode reduzir-se a um ato de depositar idéias de um sujeito no outro, nem, tampouco, tornar-se simples troca de idéias a serem consumidas pelos permutantes!
Nesse contexto, as autoras afirmam que a educação é concebida como um ato político e de comunicação, e não de extensão. Afirmam ainda que “comunicação é educação, é diálogo”, na medida em que não “é transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados” (Freire, 2001, p.69).
A partir do momento em que o educador é um líder, deve exercer sua liderança dialogicamente. Esse é o seu maior desafio, pois em não o fazendo estará criando obstáculos à dialogicidade entre os sujeitos da aprendizagem.
Bakhtin afirma que os discursos são monofônicos (autoritários) e polifônicos (poéticos).
Remetendo-nos à educação, os discursos monofônicos esfaziam o papel ativo do receptor/leitor e comprometem significativamente o processo da formação consciente e crítica, essencial para a constituição da cidadania.
No sentido de aproximar as posições de Freire e Bakhtin, as autoras, intersecionam, ficticiamente os discursos e apresentam um diálogo entre eles. Assim sendo, Bakhtin e Freire convergem seus discursos em três pressupostos comuns:
• A linguagem, como expressão de relações sociais e de classe;
• O dialogismo (Freire) e a polifonia (Bakhtin) sendo preferíveis ao monólogo - extensão - (Freire) ou
a monofonia (Bakhtin); e
• A palavra como expressão da consciência
Cabe, portanto, ao educador estar atento à sua postura, preocupando-se com a forma da sua interação em seu ambiente para não propiciar a domesticação, o autoritarismo, a repetição ou o pensar único, que, certamente, colocá-lo-ia numa trajetória da contramão dos princípios pedagógicos de uma formação cidadã. Numa perspectiva emancipatória, o educador deve buscar refletir sobre a tendência que sua voz possa exercer sobre o discurso intersubjetivo.As autoras concluem, levantando a importância do debate sobre o uso de tecnologias da informação como novos processos de aprendizagem que oferecem oportunidades de renovação e rompimento com a concepção do modelo tradicional, e não apenas como veículos de conteúdos pedagógicos ou recursos técnicos complementares

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