domingo, 17 de junho de 2007

O uso da teleinformática na atualização científica e tecnológica de professores da rede federal de ensino técnico no Brasil

O uso da teleinformática na atualização científica e tecnológica de
professores da rede federal de ensino técnico no Brasil:
a participação de todos na formação
continuada à distância de cada um
Gilberto Lacerda Santos

Texto 1 – O uso da teleinformática na atualização científica e tecnológica de professores da rede federal de ensino técnico no Brasil: a participação de todos na formação continuada à distância de cada um
Gilberto Lacerda Santos

Do SDITE à RedeLet

SDITE – Sistema de Disseminação de Informações Tecnológicas Emergentes
Foi concebido em 1988/89
Objetivo: oferecer ao corpo docente do Sistema Federal de Educação Técnica, informações sobre os avanços científicos e tecnológicos nas diversas áreas do conhecimento, relacionadas com as habilitações oferecidas nas Escolas Técnicas e Agrotécnicas Federais.
O SDITE tinha como núcleo central, um conjunto de banco de dados, através do qual as informações tecnológicas emergentes eram captadas por um grupo de especialistas. Esses especialistas, escolhidos em todo o território nacional, identificavam as informações, analisava-as e preenchia um formulário que era enviada à sede física do Sistema (localizado na Secretaria de Ensino de 2º Grau do MEC). O material seguia em disquetes, jornais ou catálogo de informações para divulgação.
O SDITE foi apresentado pela primeira vez, em 1988, no I Congresso Nacional de Educação Técnica (no CEFET-PR).

Histórico
1988 – Caráter experimental com 140 especialistas de todos os estados do Brasil, incorporando 40 instituições e disponibilizando mais de 600 informações tecnológicas coletadas

1990 – Mudança de dirigentes e diretrizes do MEC, causou o desmembramento da equipe mantenedora e, consequentemente, o fim do SDITE. Em 1991, surge a RedeLet (Rede Latino-Americana de Comunicação de Dados), cujos objetivos eram:

1. Integração das Instituições Federais de Ensino Técnico
2. Atualização pedagógica dos docentes
3. Intercâmbio entre países da América Latina (formação para o trabalho)
4. Interconexão de banco de dados nacionais e internacionais
5. Intercâmbio acadêmico-científico da comunidade da educação tecnológica da América Latina.

A interação prevista para a RedeLet era, basicamente, o acesso a:

- Dados descritivos sobre as Instituições Federais de Ensino Técnico do Brasil, em que constava o número de escolas, número de alunos, número de professores, número e nomes de cursos oferecidos com respectivos currículos, etc..
- Banco de dados nacionais e internacionais, onde trafegariam informações de natureza científica e tecnológica, como bibliotecas, centros de pesquisa, publicações científicas, revistas especializadas, etc..]
- Catálogo de pesquisadores, estabelecendo o elo e a prática científica e a prática docente.
- Banco de dados sobre Centros de Pesquisas, contendo projetos, novas tecnologias em desenvolvimento, inovações científicas e tecnológicas, etc..
- Lista de discussões, com o intuito de provocar o intercâmbio entre professores e instituições.

Os resultados esperados pela RedeLet, eram:

Excelente mecanismo de reciclagem e de formação.
Melhoria da qualidade dos conteúdos programáticos propostos aos alunos.
Atualização técnico-científica dos professores.
Interação e comunicação.
Criação de um curso de extensão, via rede telemática, voltado para a alfabetização científica e tecnológica de professores.

O curso de extensão proposto, deveria ser um curso em CTS (Ciência-Tecnologia-Sociedade), que visaria a alfabetização científica e tecnológica de professores de 1º e 2º Graus do Brasil e da América Latina e sua missão era a articulação de uma interpretação de ciência e tecnológica, como elementos sociais complexos e contextualizados, nos quais uma larga escala de valores definiriam a direção da pesquisa científica e das inovações tecnológicas.
Em resumo, o curso em CTS trataria da “instauração de uma relação educativa fundamentalmente baseada na autonomia dos alunos que, movidos por necessidades intrínsecas, estariam dispostos a descobrir conhecimentos e avançar na construção de conhecimentos individuais, mas sempre numa perspectiva coletiva, na edificação da própria cidadania” (Lacerda Santos, 1997).
A RedeLet, assim como o SDITE, nasceram prematuros. Os meios tecnológicos da época disponíveis no Brasil, impediram a viabilização técnica do projeto. Os computadores e os meios de comunicação analógicos discados, que tinham um desempenho aquém das necessidades do projeto, além das conjunturas de um país, em que a gestão pública é conduzida por políticas de governo e não por políticas de estado, empurraram a RedeLet ladeira abaixo.
A prova inconteste da precocidade do projeto (há cerca de 16 anos)está na existência sistemas tecnológicos integrados que atendem, praticamente, aos mesmos objetivos a que, no início, a idéia se propunha.

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