sexta-feira, 29 de junho de 2007

A Sociedade Conectada: Caminhos para a Formação de Professores

Christina Marília Teixeira Silva

A autora Christina Marília Teixeira Silva (2000) percebe que as novas tecnologias vêm causando profundas alterações na sociedade. Estas tecnologias afetam valores, identidades, formas de trabalho, formas de pensar e de sentir. A educação se move tão lentamente que a distância entre a tecnologia e o processo educativo se torna cada vez mais ampla. Apropriamo-nos dos processos desenvolvendo habilidades que permitam o acesso e o controle das tecnologias e de seus efeitos. Nesse sentido, a necessidade de se formar professores sintonizados com a sociedade tecnológica. Introduzir computadores, ferramentas de telecomunicações ou qualquer outro recurso tecnológico nas experiências de aprendizagem dos alunos não resulta automaticamente na melhoria da aprendizagem.
Buscando caminhos para a formação de professores
É preciso que o investimento, no que diz respeito à presença do computador no ensino, seja diferente daquele realizado pelas escolas norte-americanas: 90% para equipamentos e 10% destinado à formação de professores. Às vezes, o professor é treinado para usar uma nova tecnologia, mas sua atuação não se modifica em sala de aula. Deve-se propiciar meios para que haja uma mudança na forma do professor “ver a sua prática, entender o processo de ensino-aprendizagem e assumir uma nova postura como educador”. A opção deve ser pelo ensino através do computador e não do ensino sobre computação.
A questão da formação de professores é complexa e, definindo-se o modelo desejado, deve-se levar em conta, questões relacionadas aos possíveis papéis do professor no processo de ensino-aprendizagem. É fundamental que sejam realizadas alterações profundas nesse processo e que os professores sejam capazes de estabelecer o quê, como, por quê, para quê, a quem e para quem servem as novas tecnologias. Precisa-se de ambientes que funcionem como verdadeiras salas de aula virtuais, não repetindo o modelo tradicional, mas incentivando o trabalho independente quanto o não repetindo o modelo tradicional, mas incentivando tanto o trabalho independente quanto o cooperativo.
Programas disponibilizados na rede também se constituem em material didático, mas é necessário atender a requisitos como:
1. Desenvolver o material para o usuário e não para a tecnologia
2. Escolher os tipos de mídia baseado nos objetivos de aprendizagem
3. Fornecer ao usuário grande quantidade de interatividade
4. Planejar para que o material se adapte a diferentes níveis de habilidade
5. Atender a uma variedade de estilos de aprendizagem: pessoas diferentes aprendem de formas diferentes
6. Preferir o modo não linear. A web constrói conhecimento de forma não linear.
7. Respeitar o aluno: evitar conteúdos ou feedbacks não significativos, nem motivadores
8. Testar o projeto da interface em usuários reais:materiais didáticos com um projeto inadequado desmotivam o usuário.
Alguns autores sugerem estratégias com uso de tecnologias que podem ser consideradas muito sofisticadas para a realidade educacional brasileira. As estratégias de formação de professores devem usar “agentes inteligentes”, como a Tv a cabo conectada diretamente à internet.
É necessário que o professor tenha a oportunidade de capacitar-se naquilo que mais lhe interessa e que é adequado às suas necessidades profissionais. Um outro exemplo consiste na criação de uma rede sem fio, projetada para usar todos os benefícios da tecnologia portátil. Os profissionais envolvidos no processo de formação devem possuir um computador notebook, assim os “alunos” podem se conectar a bate-papos on-line, esclarecer dúvidas e trocar opiniões.
Oliveria(1997) diz que a formação deve ser eficaz, as pessoas responsáveis por ela precisam estar preparadas tanto nos aspectos ligados à informática quanto aos aspectos pedagógicos da utilização da tecnologia em ambientes de aprendizagem. A formação deve ser contínua, pois os professores necessitam acompanhar a velocidade com que se alteram programas e equipamentos.
Devemos refletir com maior cuidado para saber quando convém atualizar determinada tecnologia, por que fazê-lo, quais sãos os custos e o impacto educativo de tal mudança. Cada escola deve ter um projeto tecnológico claro, flexível e atualizável.
Implementando redes de computadores na educação: a necessidade de um novo paradigma
Há resultados na utilização das redes na educação, bem como alguns problemas. Destacamos os seguintes: o professor deve ser um facilitador; os alunos tendem a se dispersar na exploração da informação; a motivação dos alunos é maior pela quantidade de informações disponíveis; desenvolve maior habilidade para se fazer pesquisa; novas formas de comunicação estão surgindo e a ampliação da cooperação, da pesquisa em grupo de troca de resultados, são ampliadas com o uso das redes.
Diante da tecnologia, há duas atitudes manifestas: a dos tecnofílicos e a dos tecnofóbicos, a dos tecnootimistas e a dos tecnopssimistas. Podemos ignorá-la, e ela nos atropela, ou a assimilamos e a integramos.

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